quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Haverá bolha de preço? O que diz Lewandowski da Prosperitas diz sobre edifícios empresariais no Brasil.



Exame - A Prosperitas não vai incluir imóveis comerciais e lages de escritórios nesse novo fundo?
Lewandowski - Estamos reduzindo nossos investimentos em prédios de escritórios. Hoje a concorrência é maior do que a demanda nesse mercado. A procura por escritórios está muito concentrada em empresas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nessas cidades, no entanto, há empresas dispostas a pagar preços que nós não aceitamos por terrenos, por exemplo. Também achamos que muitos empreendimentos serão entregues em São Paulo nos próximos anos. Se a economia tiver algum soluço, há um risco considerável de que esses empreendimentos fiquem sem inquilinos.
EXAME.com - Esse é um mercado que tem atraído um número maior de investidores, inclusive do setor financeiro. Por que eles estão tão otimistas e vocês, não?
Lewandowski - Um empreendimento que começamos a planejar hoje só estará pronto para ser locado daqui a três anos. Não adianta olhar para o mercado paulista hoje, ver que há uma grande demanda por escritórios e, partir disso, tomar a decisão de construir outro prédio É necessário enxergar o que o mercado vai querer locar daqui a três anos. Eu ainda não entendi direito por que os bancos estão entrando mais agressivamente no mercado imobiliário. Também não sei se eles entenderam que imóveis não são como bolsa, em que, ao menor sinal de perigo, dá para sair correndo. Esse é um negócio em que o ciclo é mais longo.

O risco de saturação seria igual em São Paulo e no Rio?
Lewandowski - Acredito que no Rio haverá menos lançamentos por falta de espaços para a construção. O problema é que lá, quando surge uma chance, o preço é alto. Em 2006, eu consegui comprar dois prédios no Rio que hoje estão alugados para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil. Mas dei alguma sorte nas transações. Os prédios pertenciam a uma empresa que já havia rejeitado várias de minhas propostas. Só que em determinado momento, eles precisaram de dinheiro para tocar um projeto na área deles. Quando me procuraram, rapidamente eu fechei o negócio. Mas oportunidades como essa não aparecem sempre. Também é importante dizer que no Rio há bem menos inquilinos para prédios de alto padrão que em São Paulo. Nas demais capitais, o problema é o mesmo. Podemos construir um ou outro prédio, mas não é bom ficar na mão de um só inquilino.
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