quinta-feira, 21 de abril de 2011

Porque se exporta ou investe ainda pouco no Brasil? Realidades deste mercado continental.



O Brasil é ainda hoje um grande mistério.Não apenas para os portugueses, mas também seguramente para os brasileiros.Tem a ver com a sua dimensão continental. Não é um país é um continente...para se ir de Fortaleza no nordeste a Porto Alegre no sul, são seis horas de avião, como de Lisboa a Moscovo...

Apesar da sua classificação como BRIC desde 2001, o Brasil vem ganhando reputação. A subida o rating da sua dívida foi apenas mais um sinal. Ou seja, face a Indía, China e Rússia, os outros gigantes, recolhe as preferências dos empresários, sejam eles das PME ou multinacionais, venham da Europa, dos USA ou da China. 
Existem barreiras, sobretudo de entender um mercado que é um continente, e que tem regras muito próprias. São essa barreiras e preconceitos antigos que levam a que quem tire mais partido do crescimento sejam as empresas brasileiras...multinacionais do mundo ainda estão a acordar e tentar entender como cresceu o consumo ou demanda local. 
Por isso, embora se tenham batido os records de investimento já em 2011, ainda são pequenos no padrão internacional. Porque sobretudo, o investidor externo não conhece e não entende o Brasil. Não é uma questão de idioma apenas, é outro continente e outra forma de negócio.
A vítima mais recente do Brasil e da sua moeda, o Real, é o US Dollar que não cessa de cair face ao Real, moeda Brasileira. 
Mas o USDollar seria outra conversa, porque os preços record do Ouro querem dizer que algo está a mudar.


O Brasil é um dos maiores países do mundo, estando divido em 27 Estados que, vistos per si, são autênticos países, com população e área da maioria dos Estados superior á de Portugal, e possuindo esses Estados com Governos autónomos


Assim, é muito difícil para qualquer empresa, grande ou pequena, portuguesa, espanhola ou Americana, apostar e conquistar o mercado de todo o país.


Além da dimensão e escala continental, é necessário observar que como nação independente e soberana, o Brasil tem regras jurídicas e económicas próprias, que tratam o investimento estrangeiro, a circulação de estrangeiros, a entrada/importação de produtos, o investimento externo, e ventuais licenças de operação. Ou seja, tem regras próprias como as que Portugal tem no quadro da União Europeia, que têm que ser cumpridas.


Observadas o potencial do mercado e as regras, o Brasil oferece pois um enorme potencial, que deve ser abordado numa perpsectiva de exportação ou de investimento direto.


Se se optar pela exportação, os custos base serão menores, podendo cingir-se ao valor das exportações iniciais. Neste caso o fundamental é encontrar um parceiro idóneo e fiável, que esteja em condições de legalmente, importar e colocar os produtos no mercado, e começar a construir a marca localmente..


Se se optar pelo investimento direto, importa fazer uma adequada pesquisa, dado que os custos de instalação no mercado, foram crescendo. E nesta opção, como em qualquer outro mercado, é necessário ter em conta a componente gestão do projeto, ou seja, quem vai gerir localmente e assegurar-se que os investimentos e metas são adquadamente cumpridos.


Em ambos os casos, importa dizer que, depois dos produtos ou serviços estarem legalmente no Brasil, não encontram regra geral problema de escoamento. 
A procura e os preços praticados noA principal presença de Portugal no Brasil: o Azeite Brasil, são regra geral, superiores aos que se encontram em Portugal ou Espanha. Surpresa? Talvez, mas o crescimento elevado da última década, somado á valorização cambial do Real (moeda brasileira) levam a que do mero alimento de supermercado, ao produto eletrónico, à viatura, ou mesmo, à habitação, se pratiquem hoje nas maiores cidades do Brasil, preços bem superiores aos de Portugal ou Espanha.


Esta realidade de preços elevados, é uma moeda com duas faces. Por um lado, torna mais cara uma operação de investimento direto, sem bem que essa seja a que tem mais potencial. Mas demonstra per si a viabilidade que praticamente todos os serviços e produtos portugueses têm no Brasil, pois o seu valor (tirando os alimentos locais) de mercado é calculado em múltiplos – sim múltiplos - do preço de venda na Europa.


A nova classe média do Brasil supera 100 milhões de consumidores - consome hoje muito azeite, vinho, e muitos outros produtos, que face ao aquecimento económico e falta de oferta interna, se vê obrigada a importar. Vêr hoje no brasil, queijo holandês a um preço mais barato que o brasileiro, não é ficção, é uma realidade. 
Como é uma realidade as fracções de imobiliário numa cidade emergente brasileira estarem nos 3.000/euros/m2, valor superior ao Dubai ou Lisboa - Rio de Janeiro tem o 4º mercado imobiliário mais caro do mundo.


O Brasil barato dos anos 90 acabou. Acabou para os turistas e despertou um grande mercado, com uma classe média fortemente consumidora e com níveis de rendimento crescentes.


Se alguém dissesse há 2 anos que grandes obras poderiam parar no Brasil por falta de mão-de-obra barata, isso seria uma anedota. Em Março de 2011, foi uma realidade que fez parar as grandes obras do plano de infra-estruturas Brasileiro. Na Amazónia, no Nordeste e por todo o país, a greve de um mês de dezenas de milhar de operários de construção, literalmente pararam o país. Culminando numa solução que passou por reajustes elevados nos salários.


Ora bem é toda uma cadeia produtiva, a do imobiliário construção que tem um mercado de décadas pela frente, em obras públicas ou residências (aqui há um défice de 7 milhões de casas), mas toda a restante economia, muito diversificada, que cresce e oferece potancial de fornecimento.


E este elevado poder aquisitivo de mais de 100 milhões de integrantes da classe média, é um mercado, não portencial, mas real, que espera novas ofertas para comprar.


Ou seja via exportação ou via investimento direto, o mercado existe e compra. É preciso é estar no mercado (lá) e ter oferta em qualidade, quantidade e preço.


Próximo tema em destaque: "Escolher a forma de internacionalização: da venda ao trader á compra de subsidiária externa"

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